quarta-feira, 16 de março de 2011

Conselhos ao Concurseiro

Amigos... Atendendo a solicitações de amigos, posto novamente algumas dicas para concursos.

Recebi email de um aluno, amigo na verdade, que me faz a seguinte indagação:

Professor gostaria de fazer uma pergunta..
Assim, diga-me, além do esforço, o que é necessário pra passar num bom concurso?
Minha ficha caiu e quero sair da faculdade empregado num ótimo concurso...mas pra isso preciso estudar. Vontade eu tenho, mas não sei me organizar!!
Poderia me dar uma dica!!
Abraço....Somos aquilo que queremos ser
!!!”

Esta é uma pergunta frequente que me fazem.

De fato, não é uma pergunta difícil de se responder. Das que costumo receber, esta eu achei bem fácil. No mundo dos “concurseiros” pouco segredo há e as vezes o que vale para um, não serve para o outro. Quem me dera se na minha faculdade eu tivesse para quem fazer esta pergunta.....não tínhamos acesso.

Bom, vamos lá.....

Preliminarmente: Do Sonho

Toda boa jornada começa pelo sonho. É extremamente necessário saber exatamente o que se quer. É preciso se sentir naquele cargo. Você precisa se imaginar o magistrado, o promotor, o delegado, o advogado, o defensor, o professor, etc. É preciso sonhar com o ofício, com a função, como se estivesse realmente prestes a exercê-la. Como se já tivesse passado no concurso.
Me lembro que nas fases dos concursos que prestei eu me sentia morador daquele lugar, daquela cidade, daquela vila. Sentia a brisa no me rosto do local onde estava e é impressionante como sempre achava que aquele lugar me caía muito bem.
Não se pode ter medo da mudança, de atravessar fronteiras, de arriscar, de conhecer pessoas novas – novos projetos. Tive de fazer isso quando decidi prestar concurso e deixar os anos da advocacia. Embora a saudade machuque, (e as vezes até atordoa) o melhor lugar pra se morar é aquele que lhe dá a dignidade de um ofício honesto, justo, compensador e que lhe forneça meios para adquirir boa parte do que deseja – sem exageros.
Lembro que o concurso público lhe afasta da riqueza, mas também lhe afasta, muito mais, da dificuldade financeira. Basta saber aproveitar. O servidor público jamais será um homem rico, mas também, se tiver juízo, nunca será pobre.
Portanto, a primeira fase, deve necessariamente, iniciar pelo sonho e você meu amigo, pelo jeito, já está quase lá.

Quanto ao mérito: Da preparação.

Se por um lado sonhar é importante como já afirmado, a preparação para enfrentar um concurso público é de especial relevância.
Não há mágica. Arregace as mangas e comece a estudar.
Certo, mas por onde? Depende do seu grau de conhecimento. Se está saindo da faculdade (ou ainda nela) e acha que pouco sabe, comece pelo básico: “texto seco” de lei e matérias que dificilmente não serão exigidas em todos os concursos: Constitucional; Administrativo, Civil, Processo Civil, Penal e Processo Penal.
Estabeleça um tempo razoável e sagrado por dia para estudar. Que horas? Quanto tempo? É você que vai me responder isso. Pique amigo.
Procure revisar seus Códigos. Tem-se exigido muitas questões na primeira fase baseadas especialmente na integralidade do dispositivo.
Conhecer a Constituição Federal é de rigor. Alguém duvida ser o Direito Constitucional a matéria mais importante do Curso de Direito?
Se não tiver tempo de ler os bons e velhos manuais, fuja a regra e parta para livros especialmente delineados para concurso público – é uma escolha boa diante do escasso tempo às vésperas da prova.
Conhecer a jurisprudência atualizada, em especial a do STF e do STJ, também é fundamental. Por falar nestes tribunais superiores, é preciso ter conhecimento efetivo de todas as súmulas por eles editadas – em especial as vinculantes. Quase todos os concursos e, principalmente o exame da ordem, estão cobrando-as muito.
Ah, se você ainda é universitário ou ainda não foi aprovado no exame da OAB, dedique-se a ele. Sua aprovação neste exame é fundamental para prosseguir na caminhada, lhe oportunizando um leque maior de opções.
Portanto, se já revisou seus códigos, relembrou a base teórica das seis matérias citadas e está por dentro da jurisprudência, é hora de evoluir.
Que tal rumar-se a outros ramos do Direito sem esquecer dos anteriores, como o Tributário, ECA, Ambiental, Eleitoral, Internacional, Agrário, etc – já sei, são tantos, o que faço: priorize a depender do concurso que almeja. Se for federal (muitos sonham com as carreiras da Polícia Federal e TRFs), terão que conhecer um pouco (ou muito) destes ramos.
Também deverão conhecer e manter-se atualizados nos informativos do STF e STJ. Basta se cadastrar nos sites destes tribunais e receberá o informativo. O mais difícil é ler - já sei. Mas de fácil, esta vida está longe.
Não se iluda em estudar por resumos ou apostilas. Este tipo de material complementa e serve para lembrar a matéria quando da véspera do concurso ou quando não se tem muito tempo pra estudar, mas nunca como regra.
Um bom curso preparatório ajuda e muito. Se fizerem uma pesquisa entre os aprovados verão que quase a totalidade o fizeram. Como escolher o melhor? Experimente. Por obra divina estes cursos se espalharam por todo o país. Hoje já são disponibilizados pelo correio, pela internet, sei lá mais por onde. Ainda bem – facilita pra quem tem força de vontade.
Pós-graduação ajuda?
Embora não seja o foco, na verdade qualquer estudo ajuda quando não se tem muitas opções. No meu caso, eu fazia ao mesmo tempo, cursinho, mestrado, dava aulas e ainda advogava. É claro que boa parte desta experiência contribuiu para a minha aprovação. Todavia, se puder focar apenas na preparação específica para o concurso é muito melhor. Não se esqueça, Concurseiro é profissão, investimento.
Sorte existe?
Claro que sim. Mas não a sorte que alguns imaginam, como se, ao entrarem na sala no dia da prova, sentassem, posicionando em meditação e tapando os olhos, fizessem o “minha mãe mandou eu escolher esse daquiiiiiii” e chutassem todas as questões. Nunca ninguém vai passar assim. “A sorte ajuda quem cedo madruga”. Você precisa ter a sorte de cair aquilo que estudou - de perguntarem a você em uma prova oral aquilo que viu ou reviu às vésperas. Isso é sorte, e todo mundo que passou no concurso vai ter um história pra contar de alguma questão que “deu sorte”.
Quanto mais se estuda, mas sorte você terá.
A fé também é especialmente importante seja qual for o seu Deus. Mas a fé sem obras é morta. Repete-se a regra - não há fé que agüente se não estudar.
Acho que para começar está bom não é amigo?!!!
Espero ter contribuído.
Um grande abraço e fique com Deus.

Do amigo

Rogério Montai de Lima

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